Atualmente, a terapia hormonal vem sendo “vendida” visando apenas estética, colocando em risco a saúde de quem se ilude com as promessas de emagrecimento, hipertrofia e antienvelhecimento. Para que vocês não caiam nessa pegadinha de mau gosto, aqui vão alguns fatos sobre o assunto:
- Não existe “Especialista em Reposição Hormonal” e não é reconhecida, pelo Conselho Federal de Medicina, especialidade intitulada “Modulação Hormonal”.
- A reposição hormonal é um ato médico e somente pode ser feita por profissionais médicos. A especialidade que trata de alterações hormonais é a Endocrinologia e Metabologia.
- A reposição de qualquer hormônio deve ser feita baseada na deficiência do mesmo, com acompanhamento médico especializado, observando-se riscos e benefícios do uso;
- Não há respaldo na literatura médica para uso de preparações hormonais com intuito de retardar o envelhecimento;
- O uso indiscriminado de hormônios sem deficiência comprovada está relacionado a diversos efeitos colaterais, os quais podem ser sérios e por vezes irreversíveis, colocando em risco a vida do paciente em curto prazo e complicações de longo prazo;
- Não há indicação da dosagem indiscriminada de testosterona na população masculina. O diagnóstico da deficiência de testosterona no homem deve ser baseado na junção de queixas clínicas associadas a níveis baixos de testosterona dosada pela manhã, em duas ocasiões. Tal diagnóstico não deve ser feito na vigência de doenças sistêmicas agudas ou graves. Portanto, para a reposição é necessária a presença de sintomas clínicos e deficiência laboratorial.
- Não há indicação da dosagem de testosterona na mulher, visto que não existem pontos de corte definidos para níveis baixos de testosterona no sexo feminino. A dosagem de testosterona na mulher só se presta para o diagnóstico de excesso de testosterona (hiperandrogenismo). Não há também preparações de testosterona para mulher disponíveis no mercado brasileiro e não é recomendado o uso de formulações masculinas para mulheres.
- A reposição de testosterona para níveis supra fisiológicos (acima das necessidades básicas do organismo) com objetivo de melhora de rendimento esportivo/aumento de massa muscular é considerado doping em atletas profissionais e ilegal em amadores, estando dessa forma contraindicada.
Lembrem-se: hormônio é com endocrinologista, e somente com indicação médica respaldada por evidências e pelos exames/anamnese do paciente. Vamos atrás de nossos objetivos e melhorias, sim, mas preservando a nossa saúde acima de tudo!
(Com informações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM)